quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Da terra, um errante

O errante continuava sua caminhada 
Nômade por qualquer estrada;
Voou pelo tempo 
Viajou por sobre o vento 
Acolheu-se no sereno,
E já grande, se fez pequeno;
Acompanhou grandes guerras e conheceu a paz 
Trilhou grandes terras e conheceu onde o homem jaz;
Renasceu e testemunhou a hegemonia da razão 
Iluminado, viu seu poder sobre o coração;
Teve a prova cabal, 
Quando participou da criação,
Da pedra filosofal;
Em meio a realidade dos seus, 
Viu o ouro, tornar-se um deus;
O nômade continuava sua estrada
Errante por qualquer caminhada;
Com a mente cansada
Sentou-se na terra molhada
E por entre as árvores 
Ecoavam gargalhadas;
- Ri de mim ou de minha estrada!? Sabe quanto andei em minha caminhada!? Em todos os lugares pisei, porém, em nenhum deles, o sentido da vida encontrei! Você, que anda pelo escuro! Por que rir e se esconder!? Qual o sentido disso tudo!? Sabe me dizer!?
- Que faz aqui, errante? Tantos erros não foram o bastante? Tens duas opções daqui em diante: percorrer as crônicas mais uma vez, procurando um sentido pífio para sua vida e sua proeminência, ou olhar pra dentro de si, e dar sentido a sua própria existência. Pôde andar por qualquer universo e qualquer céu incolor, porém, ser paralítico, lhe teria sido mais libertador.

João Pedro Góes

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