sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A cidade sem vida

Era uma vez um homem
Sem cor e sobrenome
Do qual a vida decidiu se desvincular
Como fizeram a água e o ar;
Apesar de tudo, ele continuaria
Nos desvinculados, noite e dia
Vagando por cidades inteiras
Procurando sonhos nas lixeiras;
Disso ele leva uma lição
Que a vida, querendo ela ou não
É toda sobre entrelaçados nós
Pois quem seria ela, a sós?;
E no lixo, um sonho ele encontrou
E na rua, seu próprio tempo forjou
E na escuridão do dia seu

A felicidade o escolheu;
Sem cor e sobrenome
Apenas mais um homem;
Que ainda vaga sem idade
Acreditando na vida como uma divindade
Assim como as cores, desvincularam-se da cidade
Poderia a vida, desvincular-se da felicidade?

João Pedro Góes

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